13 setembro 2010

Native Speaker?

Algumas escolas de idiomas ainda dão preferência a “native speakers” para ensinar inglês para brasileiros. OK, ta bom! Eles têm o modo de falar original de seu pais e de seu povo, mas será que todos eles são também Professores?
Deixe-me explicar. Veja só:
Se você andar pelo centro ou pela avenida Paulista,por exemplo, você verá muitas pessoas bem vestidas com bons empregos e muitos com curso universitário. Homens e mulheres de bom nível cultural e falantes nativos (native speakers) de Português, certo?
PERGUNTO:
Isso faz de todos eles, e elas, professores de Português?
Acho que não! E posso explicar por que. Tenho sido professor de Português e Inglês há muito tempo e por isso sei que o domínio do idioma e respectiva gramática é parte da profissão de ser Professor. Uma parte fundamental, mas não a única.
Há muito mais envolvido nisso:
-- é preciso freqüentar cursos de treinamento na função.
-- é preciso ter feito uma faculdade de Letras ou Pedagogia,por exemplo (a faculdade pode não ser fundamental mas ajuda muuuiiitooo).
-- é preciso saber conviver com diferentes pessoas em diferentes situações em diferentes níveis de aprendizado.
-- é preciso ter imensa paciência e lembrar sempre que nós também tivemos dificuldade em aprender.
-- é preciso ser humilde , que não é ser otário como muita gente pensa. É ter consciência de que por mais que saibamos há sempre um universo de coisas que não sabemos.
-- é preciso pelo menos três anos de pratica em sala de aula para adquirir o traquejo necessário, e mesmo isso não nos livra de ter surpresas de vez em quando.
Você deve estar pensando algo como” Esse cara esta querendo dizer que ele sabe tudo isso e é um “super professor”, mas na verdade quem escreve estas linhas tem algumas dessas propriedades mas não todas... quem sabe daqui a alguns anos,né?
Bom.. acho que deu para ter uma boa idéia do que é ser “Professor(a)”.
Agora pergunto:
Será que todas aquelas pessoas que você viu na avenida Paulista tem pelo menos metade dessas habilidades e qualificações? Acho que não,né? O mesmo se aplica a quem é falante nativo (native speaker) de inglês, ou qualquer outra língua.
Então porque essa mania de querer “native speakers”? Só pode ser mesmo vaidade e jogada de marketing, não necessariamente em beneficio do estudante..
Imagine que alguém vai nos ensinar a falar Japonês, e esse professor não fala português. Quanto tempo a gente vai levar pra começar a se comunicar mesmo em nível básico?
Por outro lado se o professor e o curso forem bilíngües ao menos nos estágios iniciais, o progresso é muito mais rápido porque temos a referencia da língua nativa.
Vou parar por aqui pois este assunto da “muito pano pra mangas”. Eu só quis mesmo expressar meu incomodo por essa mania de “native speakers” e expor meu ponto de vista.
.BYE!
Leia no link a seguir uma entrevista com David Graddol - linguista britanico - sobre ensino de ingles.

http://www.galaor.com.br/melhor-professor-de-idiomas/

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