22 julho 2013

Barbaros e Civilizados



Por 1500 anos os povos vindos das estepes asiáticas foram descritos como bárbaros, ignorantes, predadores e inúteis assassinos.
Os hunos, os vândalos, os godos são os três principais povos.
Muito da barbárie atribuída a eles não passa de propagando Romana para desmoralizar um inimigo. É claro que eles agiam de modo extremamente agressivo, mas e os Romanos, considerados o berço da civilização moderna?
Por acaso os Romanos agiam diferente? Eles não invadiam o pais dos outros para escravizar o povo e tomar posse das riquezas? Eles não torturavam e matavam das formas mais selvagens os inimigos do estado Romano?
Saiba que um soldado romano que mostrasse covardia em batalha era condenado à morte por apaleamento – ou seja – cerca de quarenta soldados se armavam de porretes e linchavam o acusado. Isso era civilizado?
Podem dizer – “Mas havia a arte romana, a metalurgia e o inicio das ciências.” – sim é claro. Mas os outros povos também tinham seus méritos.
Os bárbaros destruíram o Império Romano porque já estavam cansados de ser mortos e explorados por ele. Quando invadiram Roma trouxeram ideias, pois as sociedades bárbaras eram tão complexas quanto as outras, e trouxeram formas de se relacionar e sistemas de justiça.
Atila, o huno, foi considerado “o flagelo de Deus” por que ele era bárbaro. Se fosse Romano a historia diria que ele foi um general heroico que conquistou muitos territórios. Os hunos tinham uma refinada arte em joias e metalurgia. Eles sabiam produzir o aço de suas armas. Isso não parece coisa de primitivos estúpidos, certo? Os hunos não aceitavam a religião católica de Roma e tinham seus pontos de vista sobre religião, mas diferente dos Romanos que obrigavam os povos conquistados a adorar os deuses romanos, os hunos eram muito tolerantes quanto a isso.
Em Ravena, Itália, existe uma catedral de 1500 anos de idade construída pelo rei dos godos Teodorico, vista como romana por muitos anos. Hoje se sabe que na verdade é uma construção “bárbara”.
Nas campinas próximas a uma cidade já desaparecida no sul da Áustria, há ruinas de duas igrejas contemporâneas construídas lá pelo ano 520 DC. Ficam a 50 metros uma da outra e conviviam em paz segundo consta na historia apesar de uma ser católica e outra ariana, doutrinas incompatíveis.
Teodorico, rei dos godos, declarou uma vez que – “não podemos comandar a religião de nosso súditos já que ninguém pode ser forçado a acreditar contra a vontade”.
Os godos mostravam uma tolerância extraordinária que nos faz falta hoje.
Temos religiões muito intolerantes com a opinião alheia. Se você não adota a religião deles, alguns deixam de falar com você e podem ate prejudicar sua vida e seu trabalho por puro fanatismo religioso estupido.
Quando este planeta vai realmente evoluir? Quando acabara a intolerância causadora de inúmeros males?
Quando teremos o direito de dizer em publico “Sou Espirita” –ou” sou católico” – ou “sou evangélico” – ou seja lá o que for, sem notar narizes se franzindo preconceituosamente ao nosso redor?
Acho que eu e meus netos não viveremos pra ver esse dia....

O documentario que originou este texto e suas considerações esta no link abaixo.

Segredos Medievais

Um comentário:

  1. Em barbárie, tudo vinho da mesma pipa, com pequenas diferenças!
    Os romanos não achando mais 'graça' em meras exibições de proezas atléticas passaram a exigir - dos pugilistas - que enrolassem nas mãos tiras de couro cheias de ferro ou chumbo.
    As lutas entre gladiadores não eram absolutamente novidade, mas assumiram um carácter muito mais requintado de crueldade. Armados de lança ou de adaga, dois gladiadores lutavam com o acompanhamento de gritos selvagens e pragas do público. Quando um dos combatentes caía ferido, incapaz de prosseguir na luta, era privilégio da multidão decidir se devia ser poupado ou se a adaga adversária deveria cumprir o papel e mergulhar no coração do vencido.

    Ótimo!! Vi o vídeo.
    Um abraço!

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